sexta-feira, 6 de novembro de 2015




rupestre
as súbitas palavras
vêm avigoradas
da língua medonha,
baldada e entulhada
de toda crueldade
o meu tempo de partir
é longínquo...
os olhos de Deus sobre as
nuvens não guardam incertezas
depois da assombrosa procela,
o sol fosforescerá
e das raízes da terra
brotarão flores e amores.

Jackson R. Xavier

domingo, 26 de janeiro de 2014

solipso

a solidão é um bicho
tenebroso como o diabo
caçando almas pagãs

solidão: insônia dilatada
que me enche de agonia
e alucinações espinhentas,
substantivo nebuloso emoldurado
em fotografias embriagadas no asfalto

não me curo! não me guardo!

a dor da solidão nasce na alma,
cresce na carne inflamada
e padece no poema.

Jackson R. Xavier

Vício de amar

Amo-te! E amo puramente amando!

E quando busco o silêncio milimétrico
da madrugada...amo-te mais que tudo, apenas tu e mais nada

Amo-te em tua falta lembrada
Amo-te em tua comparência inesperada.
Amo-te um bilhão de vezes
Amo-te preso ao teu sorriso

Amo-te se tu não me amas
Amo-te! E amo puramente amando.
Sobre meu amor, não faço ideias
Amo-te sem dúvidas, é vício de amar!

Amar-te é como cultivar rosas de tons
azuis no coração (flores que dissolvem em mel
ácidas amarguras.)
Amar-te é alcançar os teus olhos
deslumbrantes acendendo as luzes da primavera.

Amar-te é fazer valer o maior amor da vida.

Jackson R. Xavier

segunda-feira, 7 de outubro de 2013






amaralina



caminhos de areia
a maré colorou de azul

e pronunciou o nome do amor
e se perdeu em teus sagazes olhos
e se perdeu compeltamente
e extravasou felicidade.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Tempo

As horas diluem minha memória
Espelhos d'água engolem
O sol da minha infância
Cães ladram nas estreitas ruas da solitária cidade

Aquele lago onde banhei os pés barrentos
Secou como a garganta do deserto

O brilho da lua cheia fora encoberto
Pela poeira cósmica
Dentro da noite, sonhos e sonhos
Evaporaram depois de cada estação

O tempo é ácido, crudelíssimo:
Partindo do nada ( presença inesperada),
Nunca sabe quando e aonde vai chegar.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O tempo
O tempo de ontem não é mais o tempo de hoje. O de ontem era encanto, o de hoje, desencanto...O de ontem, puro romance!! O de hoje desilusão...O de ontem, tantas juras...que no de hoje, caíram em meio ao vão...O tempo de ontem recheado de sentimento, de amor, o de hoje, coberto de mágoas. Mas haverá o tempo de amanhã, que chegará para ser o tempo de hoje, em que nada mais existirá, apenas o tempo... (Patricia Pitanga)

sábado, 15 de dezembro de 2012


verso perverso
formigando as pupilas
abrem-se as comportas
palavras jorram
em lençóis d'água.

bendito seja o poema
pela luz de cada dia.